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Riqueza e diversidade beta

Riqueza de espécies e diversidade beta


Riqueza de espécies

Os padrões de riqueza de espécies para os quatro grupos de vertebrados terrestres no Cerrado são similares, com correlações maiores do que r = 0,45 (r = 0.86 entre aves e mamíferos), conforme apresentado na Figura abaixo. Existem gradientes claros de redução da riqueza de espécies nos sentidos norte-sul, mas há variações nesses gradientes entre os grupos principalmente no sentido leste-oeste. Para aves e mamíferos, há valores mais elevados de riqueza na região oeste, de modo que os valores máximos de riqueza encontram-se nas regiões mais a sudoeste do bioma, enquanto que para anuros há uma maior concentração de espécies no sudeste. Para répteis, há uma maior concentração de espécies no centro do bioma.
Os resíduos dos modelos de regressão múltipla, aplicados para explicar a riqueza de espécies em função das variáveis ambientais, apresentam uma forte estrutura espacial (i.e. os resíduos não são independentes). Assim, Autovetores extraidos de uma matriz de distância geográfica ou conexões entre as unidades espaciais e utiliza-los como "filtors" a fim de reduzir a variação residual. Os 25 promeiros filtros foram utilizados simultaneamente com as variáveis ambientais e climáticas nos modelos de regrassão multipla, eliminando os problemas gerados pela autocorrrelação residual.
As variáveis mais importantes para explicar a variação espacial da riqueza de espécies variam entre os grupos. Apenas o coeficiente parcial associado com AET foi significativo para todos os grupos (apesar do menor valor para répteis). Em geral, esses resultados sugerem que a hipótese de balanço energia-água para explicar os padrões de riqueza de espécies é a mais verossímil. Coeficientes significativos de TEMP ou PET também foram encontrados nos modelos de aves e anfíbios, e de EVI no modelo de répteis. De acordo com o coeficiente de determinação (R2), essas variáveis explicam mais de 50% da variação espacial na riqueza, com exceção de répteis. A incorporação dos filtros eleva essa explicação para mais de 80% em todos os casos e, portanto, outros efeitos espaciais em diferentes escalas devem estar atuando sobre a riqueza de espécies.

Padrões espaciais na riqueza de espécies de anfibios (a), répteis squamata (b), aves (c) e mamíferos (d).

 

Diversidade Beta

Além da riqueza de espécies, é possível avaliar também os padrões de diversidade-beta, medindo quanto uma dada região difere, em termos de composição de espécies, das células vizinhas. Diversos coeficientes têm sido propostos para avaliar os padrões de diversidade-beta. Neste trabalho, optou-se por calcular o coeficiente Bsim médio para cada uma das células, dado pela comparação da célula (focal) com as células adjacentes, e dado por:


onde a é o número de espécies compartilhado pelas duas células, b é o número de espécies presentes apenas na célula focal e c é o número de espécies apenas na célula adjacente. Uma vantagem desse índice é sua baixa correlação com a riqueza de espécies.
Pode-se perceber que as maiores diversidades beta encontram-se nas regiões mais centrais do Bioma, conforme apresentado na Figura abaixo, e que as variáveis ambientais explicam uma proporção menor na variação da diversidade beta (em geral menor do que 50%, com exceção de aves, com coeficientes relativamente baixos). De qualquer modo, para aves e mamíferos, os principais efeitos sobre a diversidade beta são RELEV e produtividade (medida tanto por EVI quanto por AET), respectivamente. Por outro lado, para anfíbios e répteis há um efeito negativo de EVI.

Padrões espaciais na diversidade beta (Bsim) de espécies de anfibios (a), répteis squamata (b), aves (c) e mamíferos (d).

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